Esta newsletter foi criada para quem busca estar à frente em um mundo em constante evolução. Aqui, você encontrará insights valiosos sobre liderança, gestão moderna, pensamento sistêmico e desenvolvimento de produtos digitais, além de reflexões sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Seja você uma liderança, profissional de tecnologia, empreendedora ou entusiasta do aprendizado contínuo, este espaço oferece conteúdos práticos, inspiradores e alinhados às demandas do século XXI. Junte-se a uma comunidade de pessoas que, assim como você, estão sempre em busca de crescimento e transformação. 🚀
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O racismo, enquanto estrutura, tem a capacidade de esvaziar a alma de uma pessoa negra no Brasil. Não apenas pelas agressões diretas, mas por todas as formas lentas, silenciosas e cotidianas de desumanização. Essas que muitas vezes passam despercebidas para quem nunca precisou cruzá-las. Ele esvazia quando ignoram os reflexos sistêmicos da escravidão, como se aquilo que moldou o poder socioeconômico do país por séculos fosse apenas um rodapé da História. Ele esvazia quando associa nossa cor à fome, à violência, à pobreza. Imagens que se repetem nas ruas, nas telas e no imaginário coletivo, reforçando a mentira de que o problema é o indivíduo, não o sistema. Ele esvazia quando recusa a legitimidade das religiões de matriz africana, reduzindo cultura a ameaça, fé a feitiço, identidade a algo que precisa ser apagado. Ele esvazia quando se incomodam com pessoas negras em espaços de prestígio, como se nossa presença ali fosse um erro estatístico: na universidade, nas empresas, na liderança, na ciência. Ele esvazia quando nos limita a certos estereótipos, projetando o talento no esporte, a música como único caminho possível, negando nossa diversidade intelectual e nossa capacidade de produzir conhecimento, tecnologia e futuro. Ele esvazia quando sustenta a fantasia da "democracia racial", uma ficção conveniente que serve para perpetuar privilégios enquanto silencia desigualdades. Para sobreviver a esse país, ser negro é precisar ser duas vezes melhor para provar valor. É baixar a cabeça para não ser lido como "petulante". É operar com estratégia para navegar sistemas que foram desenhados para premiar o outro. É manter resiliência diante das pedras invisíveis que surgem a cada passo. É suportar o não-dito, o olhar atravessado, a sensação insistente de não pertencimento. Mas, diante de tantos "é preciso", fica uma pergunta: o que sobra de nós depois de tanta dor e sofrimento? Para mim, sobra alguém que deseja ser abraçado nos dias ruins. Alguém que quer se sentir seguro em qualquer espaço que frequenta. Alguém que precisa de fôlego e de saúde mental para continuar construindo lugares equânimes na academia e nas organizações. Alguém que quer ser reconhecido pelo que é e pelo que faz. Alguém que tem o direito à imperfeição. Mesmo que nos invisibilizem, nos rotulem, nos ignorem, nos desumanizem, peço a você, minha irmã e meu irmão da comunidade preta deste Brasil, que se imaginem além da dor. A dor existe, mas ela não nos define. Não completamente. Não para sempre. A revolução é lenta, e está em curso. Chegará o dia em que apenas seremos e existiremos, sem precisar provar nada, sem carregar o mundo nas costas. Até lá, sigamos juntas e juntos. Com potência. Com ternura. Com o apoio de quem reconhece a nossa alma e o valor da nossa existência. |
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