Esta newsletter foi criada para quem busca estar à frente em um mundo em constante evolução. Aqui, você encontrará insights valiosos sobre liderança, gestão moderna, pensamento sistêmico e desenvolvimento de produtos digitais, além de reflexões sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Seja você uma liderança, profissional de tecnologia, empreendedora ou entusiasta do aprendizado contínuo, este espaço oferece conteúdos práticos, inspiradores e alinhados às demandas do século XXI. Junte-se a uma comunidade de pessoas que, assim como você, estão sempre em busca de crescimento e transformação. 🚀
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Como a forma de pensar define o que e como entregamos valor. O novo livro do Alisson Vale, Gestão Sistêmica e Complexidade para Projetos de Software, é daquelas obras que ajudam a reorganizar ideias que a prática já havia ensinado, mas que faltavam palavras para descrever. No capítulo 5, o Alisson apresenta, por meio de uma história simples, a diferença entre o pensamento analítico e o pensamento sistêmico, algo que parece meramente conceitual, mas que muda a forma como lideramos e entregamos. O pensamento analítico: a busca pelo controleO olhar analítico parte do pressuposto de que o todo é formado pela soma das partes. Em gestão de produtos de software, ele se manifesta quando dividimos um problema em etapas como planejar, executar e validar, acreditando que, ao final, o encaixe dessas etapas gerará coerência. Essa lógica dá conforto: tudo parece previsível, cada especialista atua no seu quadrado e a sensação de controle é mantida. Mas o analítico é limitado quando o sistema é vivo, mutável e cheio de interdependências. Ele tenta congelar um cenário em constante transformação. E, ao fazer isso, cria uma ilusão de previsibilidade, útil à manufatura, mas perigosa para os produtos digitais. O pensamento sistêmico: a busca pelo propósitoJá o pensamento sistêmico começa pelo propósito. Ele não se preocupa em dividir o problema, mas em compreender as conexões que o sustentam. No desenvolvimento de software, significa estruturar o trabalho para atingir um objetivo claro o mais rápido possível, ajustando o fluxo, a colaboração e o aprendizado a cada ciclo. A gestão sistêmica se apoia na ideia de que o valor emerge do todo, e não das partes isoladas. Cada decisão, cada entrega, é uma intervenção que altera o comportamento do sistema. Por isso, o papel da liderança é observar, aprender e adaptar, não apenas controlar. O caso Locaweb: propósito, não perfeiçãoEsse capítulo do Alisson me trouxe uma lembrança da época em que trabalhei na Plataformatec, no projeto com a Locaweb, em meados de 2017. Naquele momento, a Google havia anunciado que sites sem certificado de segurança (SSL) perderiam relevância no ranqueamento orgânico. A missão da Locaweb era clara: permitir que seus clientes contratassem e ativassem certificados seguros o mais rápido possível. Uma abordagem analítica poderia ter levado a equipe a desenhar uma solução 100% automatizada, cumprindo uma lista extensa de requisitos definidos no início do trabalho e medindo o sucesso da entrega pelo cumprimento do prazo e do escopo, sem o estouro de orçamento. Mas havia duas grandes fontes de incerteza. A primeira era a própria complexidade do fluxo de contratação do certificado, que envolvia variáveis ainda não mapeadas, afinal, o mandato imposto pela Google era novo para todo o mercado. A segunda, e talvez mais crítica, era que a emissão do certificado dependia de uma empresa parceira. Para oferecer o serviço de ponta a ponta, seria necessário desenvolver uma integração cujo esforço de implementação era desconhecido. Em outras palavras: ninguém sabia quanto tempo levaria para que tudo ficasse pronto. Enquanto isso, o impacto sobre os clientes era imediato. Foi nesse contexto que a equipe, guiada pela mentalidade sistêmica, optou por um caminho diferente: entregar uma primeira fatia funcional, orientada pelo propósito e não pela busca da perfeição. Criaram uma experiência em que o cliente já podia contratar o certificado no site, mas o processo de instalação ainda era manual, realizado por um grupo de analistas. Ou seja: a integração com o parceiro, principal fonte de incerteza, ficou para uma fase posterior. Em vez de se paralisar diante do desconhecido, a equipe reduziu o ciclo entre a necessidade e a entrega, aprendeu com os primeiros clientes e, no ciclo seguinte, implementou uma primeira versão da integração, reduzindo o trabalho manual. Assim, evoluíram gradualmente até atingir a automação completa. A decisão não foi sobre eficiência técnica, e sim sobre gerar aprendizado e impacto rapidamente. A Locaweb passou a gerar receita desde a primeira entrega, enquanto a equipe aprendeu o que de fato precisava ser automatizado, reduzindo o risco de construir software inútil. Foi um exemplo vivo do pensamento sistêmico em ação: começar pequeno, aprender rápido e evoluir o sistema em torno do propósito. Da linha de montagem ao sistema vivoMuitas organizações ainda medem sucesso por prazo, escopo e orçamento, uma lente analítica que confunde "trabalho feito" com "valor entregue". Mas, como aprendi na época de Plataformatec, uma entrega bem-sucedida não é aquela que cumpre o plano. É a que cumpre o propósito. O pensamento analítico busca eficiência local. O sistêmico busca eficácia global e isso muda tudo. A maturidade de uma equipe não está na sua capacidade de seguir o plano, mas sim na de revisá-lo diante da realidade. Para continuar o mergulhoSe esse tema ressoou em você, recomendo mergulhar no livro do Alisson Vale, Gestão Sistêmica e Complexidade para Projetos de Software, e nos cursos disponíveis na plataforma da Software Zen (se você quer um desconto nas minhas formações e no acesso total à plataforma, deixo um cupom amigo de 15%, ALBINO). FechamentoEncerrando esta edição, tenho usado este fim de ciclo da newsletter como uma oportunidade para revisitar aprendizados que moldaram minha forma de pensar sobre trabalho, propósito e impacto. A diferença entre o pensamento analítico e o sistêmico, no fim das contas, é mais do que um conceito de gestão; é um lembrete sobre como escolhemos enxergar o mundo: fragmentado em partes ou conectado em um todo vivo. Que essa reflexão te ajude a olhar para o seu próprio sistema, a equipe, o produto e a organização, e a perceber onde ainda há espaço para integrar o que foi separado. Nos vemos no próximo mergulho o/ |
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